O avanço da informalidade entre as consequências do distanciamento social e seus impactos no trabalho feminino


Resumo: A alma operária, segundo Hannah Arendt, é onde “o indivíduo moderno encontra dificuldade em dar sentido à sua vida se não for por meio de ocupação laboral”. No entanto, nosso país conta com, atualmente, 14% de sua força de trabalho desempregada, cerca de 13 milhões de brasileiros, sendo grande parte desse contingente - 68%, trabalhadores do setor informal. Este setor, definido pela falta de regulamentação do Estado e a negativa de proteção, direitos e/ou organização formal em apoio aos trabalhadores, quando em escassez - tem como resultado o aumento nos números de usuários em programas de bem-estar sociais como Auxílio Emergencial e Bolsa Família. Programa que tem como maior beneficiária a mulher possibilitando maior autonomia através da lógica de transferência de renda direta, mas paradoxalmente, reforça a noção de que o trabalho reprodutivo seja um destino biológico. Outra alternativa frente ao desemprego, seriam os postos de trabalho provenientes da economia do compartilhamento, mas que pela falta de regulamentação tem se mostrado mais um elemento do processo de precarização do trabalho, além de não ter adesão do trabalho feminino. Com foco nas cidades do Litoral Norte Gaúcho, o presente estudo tem como objetivo estabelecer relações entre o crescimento da população usuária desses benefícios, avaliar o perfil dos beneficiários, tendo em vista a evolução de sua necessidade, além de procurar entender porque os aplicativos não têm se mostrado como alternativa. Metodologia: leitura de livros e artigos, e visitas em sítios, bem como a análise dos Repasses do Bolsa Família. Foram considerados para a pesquisa, índices sociais e econômicos como de renda per capita, setores que mais empregam em determinada região, população ocupada, PIB e escolaridade, dados tanto nacionais como locais. Informações retiradas dos sites IBGE (PNAD Contínua), Cadastro Único e Portal da Transparência do Governo Federal. Como primeiro resultado, na cidade de Capão da Canoa, constatamos que saíram da média dos 280 mil reais em fevereiro de 2020 para 350 mil no mês de agosto, além de apresentar um aumento de 35% no número de unidades familiares cadastradas entre novembro de 2019 e março de 2020.

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Sociais Aplicadas

Integrantes: